Os vereadores da Câmara Municipal de Ponta Delgada eleitos pelo PS/A denunciaram hoje a falta de visão estratégica da liderança da autarquia.
“Hoje, a autarquia de Ponta Delgada decidiu subsidiar, indiscriminadamente, a quota anual de todos os escuteiros do concelho. Nada temos contra o movimento escutista, o qual, por sinal, mereceu a aprovação pela vereação socialista de um apoio, no valor de 50 mil euros, para a realização de obras na sede da Alerta – Associação do Escutismo Católicos dos Açores. O que contestamos é que a autarquia, mais uma vez com recurso a soluções simplistas, com o único fito de tentar agradar tudo e todos, não compreenda que respeitar e cumprir o princípio da igualdade, na administração dos recursos públicos, não significa tratar de forma igual o que é diferente porque, se assim for, estaremos, na verdade, a violar esse princípio de igualdade”. Nesse sentido, adiantou Vítor Fraga, os vereadores do PS propuseram, em alternativa, que a Câmara Municipal de Ponta Delgada apoie financeiramente as inscrições nos escuteiros, mas tendo em conta as reais necessidades das famílias e não indiscriminadamente.
A proposta apresentada pelo PS/Ponta Delgada pretende, por isso, que os apoios sejam atribuídos às famílias que mais necessitam, recorrendo aos escalões que já existem para a ação social escolar, permitindo, assim, contribuir para a quota de inscrição, mas também para a aquisição de fardas, sem que isso implique mais gastos para a autarquia.
“Ponta Delgada tem excelentes associações, movimentos juvenis dinâmicos, que representam um contributo muito relevante para a nossa cidade e para o nosso concelho. É, por isso, essencial que a autarquia tenha, relativamente ao movimento associativo, políticas proactivas que permitam, através de sinergias, de otimização de recursos e de planeamento das diferentes ofertas existentes, contribuir para executar o enorme potencial que a juventude e os movimentos associativos encerram para o presente e para o futuro de Ponta Delgada”, defendeu Vítor Fraga.
O vereador socialista preconiza, assim, uma nova postura da edilidade. “Mais do que subsidiar, indiscriminadamente, como agora fez, o pagamento da quota anual de todos os escuteiros inscritos no concelho, julgo que é chegado o tempo da Câmara Municipal de Ponta Delgada deixar de ser dominada por uma visão redutora quer do seu próprio papel na comunidade quer do papel dos parceiros e dos diferentes agentes sociais. Mais do que uma câmara municipal que passa o ano a cumprir calendário, que é rápida a correr para aparecer na primeira fila quando o vento corre de feição, e ainda mais rápida a “desaparecer” de cena quando há problemas sérios para resolver, Ponta Delgada precisa de visão estratégia e prospetiva. Precisa de uma autarquia à altura das responsabilidades do tempo presente, que saiba envolver na definição e na execução das políticas públicas os seus principais destinatários. Em síntese, precisa de uma liderança que, efetivamente, entenda que liderar vai muito para além do que descerrar placas e cortar fitas”, concluiu.